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Justin Wasser, 202.753.7016, jwasser@earthworks.org

Cidade do Panamá, Panamá – Hoje, coincidindo com a Semana do Clima da América Latina e do Caribe, Earthworks publica as descobertas de duas importantes investigações sobre a contaminação do ar e os impactos do petróleo e do gás nas comunidades da Argentina e do Brasil, e projetos narrativos em video relacionados a ambas investigações. As descobertas concluíram que as emissões de metano e compostos orgânicos voláteis (COV) não estão bem reguladas e estão contaminando ao longo de toda a cadeia de fornecimento de petróleo e gás em ambos os países, colocando em risco a saúde humana e o meio ambiente.

Em termos humanos, isso significa que as políticas governamentais que apoiam a expansão do petróleo e do gás estão aumentando a probabilidade de impactos na saúde, como efeitos no sistema nervoso, danos aos órgãos (incluindo rins, cérebro, fígado e pulmões) e vários tipos de câncer, com frequência em comunidades historicamente marginalizadas. Os danos climáticos desta contaminação incluem uma grande impregnação dos fenômenos meteorológicos extremos, uma grande incidência de doenças infecciosas, a degradação da qualidade do ar, dos alimentos e da água, um aumento dos conflitos e da escassez de recursos, e tensões sobre a saúde mental e o bem-estar.

No entanto, as investigações também captaram o espírito de esperança e o poder de resiliência das pessoas mais afetadas pela expansão da infraestrutura de combustíveis fósseis que resiste e exige uma abordagem alternativa e justa para suas comunidades.

“As descobertas desta investigação desafiam as narrativas predominantes que os líderes governamentais com frequência repetem ao documentar visualmente o impacto negativo da indústria nas comunidades locais e no meio ambiente”. disse Patricia Rodríguez, analista e ativista da Earthworks International OGI. “As conclusões de nossa investigação exigem uma reavaliação das estratégias energéticas ao longo da cadeia de extração e fornecimento na Argentina e no Brasil e sugerem que as melhores formas de avanço devem começar desde dentro dessas comunidades”.

Os defensores de causa da Earthworks operam câmeras ópticas de imagens de gases, tecnologias de última geração e verificadores de forma independente, capacidades de detectar compostos orgânicos voláteis (COV), incluindo carcinógenos conhecidos e gases de efeito estufa (especialmente metano). As câmeras ajudam a identificar emissões, fugas e eventos que ocorrem durante operações rotineiras de petróleo e gás, ou devido a equipamentos defeituosos, acidentes e liberações intencionais por parte dos operadores. Cada defensor de causa da Earthworks também é certificado para analisar os dados que capturaram as câmeras OGI.

Na Argentina, a Earthworks se uniu a uma delegação que visitou o coração do setor energético argentino em Vaca Muerta e também documentou os danos por contaminação nas refinarias Dock Sub de Buenos Aires e nos centros energéticos de Bahía Blanca. As vistorias de OGI mostram níveis de emissões médios a altos em três locais de fraturamento hidráulico, seis instalações de compressores ou armazenamento, outras plantas de processamento, quatro plantas termelétricas e três refinarias, muitas das quais estão localizadas muito perto de casas residenciais.

No Brasil, a Earthworks se uniu a especialistas e ativistas do Instituto Internacional Arayara para explorar as vastas terras do Brasil, incluindo os estados do norte e do sul, e o Rio de Janeiro. Earthworks documentou evidências dos danos causados ​​pela contaminação por parte de empresas como Petrobras, 3R Energy e Carmo Energy e capturou poderosas histórias de resistência de comunidades indígenas, negras e locais que estão na primeira linha das lutas por uma vida melhor .

“Querem exterminar aos Anacé, mas o que precisamos são políticas públicas que por exemplo proíbam e aposentem [projetos externos], precisamos ter consulta prévia, e temos um protocolo de consulta para nosso povo [usando] nossa própria metodologia, disse o chefe Roberto Marques da Reserva Taba dos Anacé no Ceará, Brasil, descrevendo a resistência à presença de termelétricas a carvão e gás, aço e outras indústrias perto de Pecém, Ceará, como nada menos que existencial. “Não querem aceitar que sabemos como mapear nossas próprias comunidades”.

No início de 2023, Earthworks lançou um projeto ambicioso para expandir seu programa de Investigações Energéticas de Campo  em nível internacional. Earthworks tem vasta experiência na documentação da contaminação dentro e fora dos Estados Unidos, utilizando sofisticadas câmeras ópticas de imagens de gás – anteriormente, realizou investigações na Argentina, México, Colômbia, Inglaterra e Canadá. No entanto, este novo programa é o primeiro compromisso para um monitoramento mais consistente dos principais projetos de petróleo e gás e um apoio à resistência das comunidades aos danos da indústria em nível internacional.

“O Programa de Investigações Energéticas de Campo tenta centrar as pessoas, a saúde, as comunidades e a justiça na transição das práticas energéticas danosas de ontem e hoje para um futuro de energia limpa”, disse Rachel Kerr, Diretora do Programa de Energia da Earthworks. “Com câmeras que tornam visíveis a contaminação que não pode ser vista a olho nu, nossos defensores da causa estão trabalhando com as comunidades de primeira linha para exigir responsabilidade e criar um futuro mais saludável”.

Patricia Rodríguez, contratada pela Earthworks para liderar o projeto, anteriormente trabalhou como educadora durante 15 anos ensinando e construindo solidariedade transnacional, e fazendo ativismo ambiental e de imigração em favor das visões alternativas e ecológicas das comunidades de base impactadas. Patrícia, que cresceu no Chile e em Brasília, Brasil, realizou trabalho e investigação solidária com comunidades camponesas, indígenas, afro-descendentes e de classe trabalhadora na Colômbia, El Salvador, Brasil, Chile, Equador, México e nas terras fronteiriças entre México e Estados Unidos. 

“O aspecto mais poderoso do meu trabalho é apoiar os esforços para proteger territórios e abordar os impactos da crise climática de uma forma coletiva e baseada no conhecimento local”, disse Rodríguez. “Acredito que isto é o que tem o potencial para alcançar mudanças verdadeiramente transformadoras”.

Além disso, a Earthworks realizou investigações de campo na Colômbia neste ano. Os resultados desta viagem serão conhecidos antes da COP28 junto com nossos parceiros na Colômbia. A Earthworks também se uniu recentemente à Alianza Mexicana contra o Fracking em Veracruz e Puebla no México e também apoiará as comunidades no Brasil nos próximos meses em seus esforços para criar consciência sobre os danos dos hidrocarbonetos utilizando os vídeos narrativos publicados hoje.

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